5 de Outubro

A opção para a edificação duma residência de estudantes em pleno centro lisboeta decorre do aumento da mobilidade da população e nomeadamente dos jovens estudantes dentro da Comunidade Europeia, e do constante aumento do protagonismo da capital portuguesa como centro universitário ao nível nacional e internacional na última década.

O lote de terreno objecto de intervenção tem uma geometria rectangular, encontra-se inserido no bairro das Avenidas Novas, uma zona caracterizada por um tecido urbano consolidado, constituído por quarteirões com frentes compactas e uniformes e jardins privados no interior. A rede viária é constituída por avenidas largas de trama perpendicular orientadas norte | sul e nascente | poente, com separadores centrais e árvores de grande porte. Os edifícios confinantes, com alturas que rondam os oito pisos, foram edificados nas décadas de 1950 e 1980 respectivamente.

O edifício proposto é composto por 10 pisos a cima da cota de soleira e 4 em cave. As zonas de convívio e estudo são distribuídas pelo rés do chão, junto à recepção, e comunicam com o jardim localizado no logradouro. As unidades de alojamento ocupam os pisos de 1 a 8, numa distribuição uniforme de 11 unidades por piso. Destas, 10 são quartos individuais, compostos por quarto com kitchenette e casa de banho, e uma corresponde a 1 suite tipo constituída por quarto com zona de estudo, casa de banho, espaço de vestir e cozinha.
Foi previsto um duplo pé direito para o lobby de acesso aos quartos em cada dois pisos, com uma zona de estudo e convívio adicional em todos os pisos ímpares. O último andar, recuado, alberga a sala multi-usos, delimitada por terraços dos dois lados, com vistas panorâmicas sobre a silhueta da cidade. As duas primeiras caves são destinadas ao estacionamento, sendo a terceira ocupada pelas zonas de lazer: piscina, sauna, jacuzzi, ginásio, sala de cinema e sala de jogos. A última cave é destinada as zonas técnicas e zonas de serviço dos funcionários.

Em termos de materialidade o edifício proposto promove uma aparência minimalista e funcional, tendo havido uma atenção particular foi no dimensionamento e imagem das áreas envidraçadas, no intuito de assegurar o melhor proveito da luz e ventilação natural no interior das unidades de alojamento. As testas das lajes, revestidas a cimento reforçado com fibra de vidro, são interrompidas por superfícies de vidro, que absorvem e reflectem a envolvente. A mesma abordagem minimalista é transportada para o interior dos quartos, com predominância dos tons de cinza claro e brancos.